Verão no Museu! – Museu Nacional de Machado de Castro
As férias chegaram e o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, oferece um conjunto de atividades dirigidas aos mais novos.
Visitas exploratórias, música, fotografia e atividades plásticas – são várias as propostas desenvolvidas com muita criatividade pela equipa do Serviço Educativo.
Participação gratuita mediante inscrição (até às 16h00 do dia útil anterior à atividade) através do email se.mnmc@museusemonumentos.pt , ou alternativamente pelo telefone 239 853 070.

Museu Nacional de Machado de Castro: Uma Viagem pela História e Arte
1. História e Evolução
Fundação e inauguração: O museu resultou de um decreto de criação em 1911 e abriu ao público em 11 de outubro de 1913, tendo como primeiro diretor António Augusto Gonçalves (1913‑1928). Foi elevado à categoria de Museu Nacional em 1965.
Localização e edifício: Encontra-se no antigo Paço Episcopal de Coimbra, construído entre os séculos XII e XVIII sobre o que foi o fórum da cidade romana de Aeminium. O edifício está classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Renovação moderna: Fechado entre 2006 e 2012, o museu foi alvo de uma profunda requalificação e ampliação, liderada pelo arquiteto Gonçalo Byrne. O projeto incluiu a construção de um novo edifício contíguo ao antigo, e recebeu o prestigiado prémio internacional Piranesi/Prix de Rome em 2014.
Reconhecimento UNESCO: Desde 2013, o museu faz parte da área classificada como Património Mundial da Humanidade — Universidade de Coimbra – Alta e Sofia.
2. Arquitetura e Espaços
Criptopórtico romano: Situado nos pisos inferiores, trata-se de um conjunto de galerias subterrâneas que suportavam o fórum romano do século I — a construção romana mais significativa preservada em Portugal.
Antigo Paço Episcopal: Ao longo dos séculos XII a XVIII, o complexo sofreu sucessivas remodelações, incluindo vestígios de um claustro românico do período condal (c.1100‑1140), uma loggia renascentista do final do século XVI e a igreja barroca de São João de Almedina (séc. XVII‑XVIII).
Novo edifício e espaços integrados: O edifício contemporâneo pensado por Gonçalo Byrne articula‑se harmoniosamente com os espaços histórico‑arqueológicos e inclui áreas de exposição, entrada, loja, cafetaria e restaurante com esplanada, valorizando o diálogo entre passado e presente.
3. Coleções e Tesouros
A coleção do Museu Nacional de Machado de Castro é vasta e diversificada, com destaque para:
Arqueologia: Objetos em pedra, bronze, ferro e cerâmica provenientes de vários sítios romanos da alta Coimbra — muralha, necrópole, foro, o criptopórtico —, bem como retratos de Agripina, Trajano e representações femininas datando do século I.
Escultura: A mais extensa de todos os museus nacionais, abarca obras em madeira e pedra desde a Idade Média até ao século XVIII. Entre os destaques figuram:
- O Cristo Negro (século XIV, madeira policromada, proveniente do Mosteiro de Santa Cruz; uma das peças emblemáticas).
- Cristo no Túmulo (pedra, séc. XIV‑XV), Cavaleiro Medieval (Master Pero, séc. XIV), e obras de João de Ruão como a “Deposição de Cristo” (1535‑1540), “São João Baptista”, “Santa Inês” e “O Martírio de São Bartolomeu”.
- Outras esculturas incluindo a “Virgem da Anunciação” e painéis flamengos.
- Ourivesaria e metais preciosos: Destacam‑se o Cálice de D. Gueda Mendes (século XII), o Tesouro de Rainha Santa Isabel, a Custódia Manuelina da Sé de Coimbra (1527), a Custódia do Santíssimo Sacramento (século XVIII) e uma impressionante custódia-ânjo barroca da era joanina.
- Pintura: Obras portuguesas dos séculos XV a XX, além de interessantes peças flamengas como o tríptico da Paixão de Cristo (c.1514‑1517) de Quentin Metsys.
- Cerâmica, têxteis e outros objetos decorativos: Inclui cerâmicas, tapeçarias, mobiliário, joalharia e outros objetos provenientes de igrejas, mosteiros ou colégios universitários desmantelados após.
4. Experiência de Visita
Percurso único: Os visitantes do Museu Nacional de Machado de Castro percorrem os impressionantes corredores do criptopórtico, sobem aos espaços do Paço Episcopal e exploram o novo edifício, oferecendo uma viagem que combina arqueologia, história da arte e arquitetura contemporânea.
Destaques imperdíveis: Além das peças emblemáticas já mencionadas (Cristo Negro, Deposição de Cristo, ourivesaria joanina, pinturas flamengas), não percas a atmosfera singular dos espaços expositivos integrados com o património histórico.
Infraestruturas: No Museu Nacional de Machado de Castro existe um restaurante/cafetaria com esplanada e vista sobre Coimbra — ideal para uma paragem depois da visita.
Acessibilidade: O Museu Nacional de Machado de Castro é parcialmente acessível a pessoas com mobilidade reduzida, incluindo entradas adaptadas, áreas de circulação e informações táteis e audiovisuais.
5. Informação Prática
Horários: Aberto de terça a domingo, geralmente das 10h às 18h; à terça-feira apenas de tarde (14h‑18h); encerrado às segundas e em certos feriados.
Bilhetes: Entrada geral entre €6 e €10; visita só ao criptopórtico por cerca de €3; entrada gratuita aos domingos e feriados para residentes em Portugal e outras categorias.
Morada: Largo Dr. José Rodrigues, 3000‑236 Coimbra; contacto +351 239 853 070.
Transportes: Acesso fácil, com autocarros urbanos (linhas 28, 34 e 103).
Conclusão
O Museu Nacional de Machado de Castro é verdadeiramente um dos mais impressionantes museus de arte e arqueologia de Portugal — uma experiência rica que combina legado romano, história medieval e arquitetura contemporânea. Representa um elo fascinante entre as origens de Coimbra, a cultura sacra, o esplendor artístico e a modernidade museográfica.
Podemos considerar uma excelente alternativa para as férias do verão, para não ser só festivais de música, praias, e diversão outdoor.
Créditos cover: Foto de Pixabay
Fontes:
– Wikipédia
– Câmara Municipal de Coimbra
– Coimbra Portugal Tourism
– Museus e Monumentos
– Portugal Visitor
– Ano Europeu Património Cultural
– Museu Nacional Azulejo
– Center of Portugal
– Visit Portugal
– DGPC
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